O álbum de casamento dos meus pais.
Como eram jovens! Como a minha mãe era bonita e o meu pai tão magro! Fui assaltada por uma falsa nostalgia - porque eu ainda estava no cu de judas - ao ver as fotos deles com todos os convidados. É neste tipo de coisas que conseguimos ver o quão implacável é o tempo, que imprime rugas e arranca dentes e cabelo sem piedade. Demorei uns segundos a conseguir reconhecer um dos meus avós, que por incrível que pareça, o tempo conseguiu suavizar as feições, e dar-lhe um aspecto mais carinhoso! E tendo em conta o que me contam dele, tento imaginar a sua personalidade austera naquele olhar duro, e encaixa. Outros tantos amigos da família, ainda adolescentes, e outros mais velhos que agora já contam com sete palmos de terra em cima.
Mas não é dos convidados que é suposto estar a falar, nem tão pouco dos meus avós, mas sim dos meus pais.
Muita gente afirma ter uma família incomum, fora do normal, doida varrida, com sérios problemas, demente! Eu também o digo volta e meia, e nem sempre com a melhor das conotações, mas apesar disso não trocava este par de jarras por nenhum outro. Apesar de todos os defeitos, apesar de todas as discussões, mãe é mãe, pai é pai, e não há rigorosamente nada que os substitua. Devo-lhes muito do que sou agora, e por isso fico grata.
Velhotes, obrigadinha por tudo!
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este texto está absolutamente encantador! gostei muitooo! :)
ResponderEliminarEish, muito obrigada! Sempre bom ter este tipo de feedback :)
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