domingo, 19 de julho de 2009

*sigh*

À medida que alguém vai envelhecendo, vai perdendo a inocência que tão bem caracteriza a infância. E este desenrolar do novelo é tão triste. Os anos vão passando, e um pedacinho de lã vai ficando para trás, que nunca jamais poderá ser recuperado. Vamo-nos desenrolando para um nada, simplesmente desaparecendo.. a felicidade que nos preenchia outrora vai se desvanecendo, e não voltará a ser experimentada da mesma maneira. Aquele sorriso genuíno, aquela felicidade que fazia de nós um balão cheio de ar, cheio de vida, cheio de tantas emoções, vai perdendo a pressão e a força. E a cada dia que passa sinto me a apagar cada vez um pouquinho mais. Vou ganhando cada vez mais consciência das pessoas que me rodeiam, do seu carácter, das suas verdadeiras motivações, e acima de tudo do seu egoísmo mesquinho. E de todas as vezes que isso me é provado na pele, tenho uma vontade urgente de voltar atrás no tempo e ser a criança feliz, inocente, imaculada, e tão fora da realidade que era. E para a idade que tenho, ainda me sinto muito infantil, e por isso mesmo digo, volto a dizer, e insisto: crescer dói. Crescer magoa. Crescer é um inferno!
Tenho plena noção que os momentos maus da vida sempre existiram, mesmo quando tinha pouco mais de um metro, lembro me de todas as vezes que não era convidada para um aniversário, quando me gozavam por alguma razão parva, porque sim, as crianças podem ser verdadeiras pestes, conseguem ser cruéis, mas sinceras. E passados nem 5 minutos já estava tudo bem. E vejo isto reflectido na minha irmã. Mas de qualquer das maneiras, considero uma existência assim muito mais tolerável do que a que venho a ter agora. Vou andando, e a capacidade de acreditar no lado bom das pessoas vai se esfumando. É cacetada atrás de cacetada, são pontadas de agulhas sincronizadas. Tratamento doloroso para alguém que sempre fez por andar feliz, e ver o lado positivo de todos os aspectos da vida.
Não sei se isto sempre foi assim, não sei se os senhores australopitecos também nutriam deste tipo de sentimentos em relação a vida, e às suas interacções como seres. Mas acredito que sempre deve ter existido alguém ao longo dos tempos que fosse tão ingénuo quanto eu, e que tivesse fé das pessoas que o rodeavam.

Cada vez compreendo mais a expressão 'quantas mais pessoas conheço, mais gosto de animais'.
É triste, mas é verdade.
*sigh*

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