segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Patins

Sour times.

Apesar de estar longe de o parecer agora, desde que me lembro, sempre tive grande dificuldade em lidar com mudanças. Lembro me perfeitamente da catequese ter mudado o horário para o sábado à tarde.. e de morrer sempre um bocado por dentro de todas as vezes que a minha mãe me obrigava a deixar de parte a brincadeira para ir tomar banho e aturar (uma? duas horas? já nem me lembro) alguém a falar sobre algo que eu estava muito longe de querer entender. De me resignar a ir as aulas de natação, partir de certo ano,  em que o professor mudou e nos estava a preparar para competição. Pedi encarecidamente para deixar a natação, já não podia com tanta água.. nem com aquele homem.

A ideia de ir para os escuteiros era hedionda, tendo em conta que deixava o conforto do lar, a comida da mãe, e a minha cama durante a noite. Tanto que não fui.

Poucas foram as vezes em que a iniciativa partiu de mim. Quando era mais jovem, era normalmente moldada conforme a vontade dos meus pais.. não os censuro. Quando pedi uns patins de quatro rodas, os meus pais consideraram meter me na patinagem. Eu adorava patinar. A ideia fascinou me. Mas deixava de gostar de patinar, a partir do momento em que entrava naquele complexo. As miúdas eram terríveis. E saía de lá sempre miserável.

Lembro me de me querer inscrever nas aulas de voleibol. Nas aulas de guitarra. De entrar na tuna. De querer tirar cursos de línguas e outros tipos de formação (mais recentemente). Algumas das coisas completei com gosto.. outras foram ficando para trás.

Hoje vejo me a querer mais coisas. Vejo me a querer explorar áreas diferentes. Vejo me a reinventar me. A encontrar algo que me motive, e que afaste esta inércia brutal que se abateu sobre mim. Sinto me dormente.

Acaba por ser um problema cíclico. Porque aquilo que me imagino a fazer, aquilo que eu quero, requer mudança. Requer uma grande mudança. Mudança essa que pode trazer coisas com as quais posso ter dificuldade em lidar, como meninas parvalhonas em patins.

Não gosto de meninas parvalhonas em patins.

But then again.. if I never try, I'll never know!

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